EMPREGABILIDADE:

Por Ricardo Campos

“Para chegar aonde a maioria não chega, é preciso fazer o que a maioria não faz…”

Atualmente somos cerca de 657 pessoas inscritas no grupo Vivat, mas apenas 136 lerão este artigo[1]. A maioria não faz o que deve ser feito.

É notório que as empresas hoje em dia precisem de resultados rentáveis afim de que se possa gerar mais empregos, e conseqüentemente a empregabilidade do trabalhador venha a se tornar algo real. Logo, quanto mais rendimento direcionado ao empregador, maior é a estabilidade do empregado.

Ao escrever este artigo, lembrei-me das palavras de meu pai quando eu tinha 7 ou 8 anos: “Você tem que entrar em uma empresa como eu, e ficar nela o resto de sua vida. Isto se chama estabilidade! Na verdade ele me dizia: Isso se chama empregabilidade!” O Sr. Miguel Campos fez a parte dele, investiu cerca de 40 anos de sua vida em uma única empresa[2], eu achava o maximo saber que ele tinha apenas um único registro em sua CTPS, bem como saber também que ele era um profissional exemplar, afinal, nunca foi mandado embora. Meu pai se aposentou e com a boca cheio de orgulho me orientava por esse mesmo caminho. Mas afinal, isso era de fato empregabilidade como ele afirmava? Será mesmo que aquele emprego trazia a ele alegria, conforto, amor pelo que ele mesmo produzia? Prefiro não responder essa questão diante de vocês, somente ele um dia poderá nos responder, mas deixo aqui bem claro que as primeiras definições de empregabilidade estão baseadas nesta tríade: alegria, conforto e produção em amor.

A empregabilidade deve ser desenvolvida mediante critérios que envolva a adequação a uma atividade que traga ao profissional satisfação, “alegria” em executá-la, que busque meios “confortáveis” para aperfeiçoar a sua profissão mantendo-o competente e eficaz, que possa ter comprometimento e ser ético, que esteja bem consigo mesmo, que busque fazer reservas para momentos inoportunos e que busque vender em “amor” o seu produto por meio de divulgação através do público ao qual se relaciona.

Por um determinado período de minha vida acreditei na teoria de meu pai, como ele mesmo me instruiu a nunca discordá-lo, assim não poderia eu fazer diferente, no entanto, com o amadurecimento profissional, equacionado com as novas tendências de mercado, avanços tecnológicos, globalização, me deparei então com uma grande crise existencial: Ouço meu pai e fico como auxiliar de DP o resto de minha vida fazendo algo que pra mim até então era sem graça, sem vida, mesmo que exercendo o papel de um bom profissional, nunca faltava, realizava as atividades de acordo com os cronogramas estabelecidos[3], ou criava em mim um novo tipo de empregado, que enxergava um novo amanhã, que via na empregabilidade algo mais do que lucro financeiro, mas sim um manancial de prazer e realização profissional.

Opção 2. Me livrei das garras da “estabilidade imposta pela comodidade” e fui mergulhar no oceano chamado mercado de trabalho, pedi demissão pela primeira vez.

Nesta época percebi que a grande demanda por profissionais com conhecimentos mais específicos elevou o número de desemprego, uma vez que os profissionais disponíveis no mercado, não atendiam as necessidades reais dos novos empregos, logo a equação é simples: Ser um bom profissional, somado com planejamento estratégico, metas pessoais, processos e procedimentos estabelecidos em cronogramas me levariam a atender essa demanda, e assim seria eu em tão pouco tempo o “proprietário” de meus conhecimentos, e não mais as organizações que eu atuasse. A empregabilidade nos torna autônomos do preparo profissional, não podemos esperar que façam por nós, que se preparem para que depois venham a nos preparar.

A lição que extraio de minha carreira profissional é essa: Nunca espere que o empregador lhe capacite com treinamentos, nunca espere que seus colegas de profissão façam por você, saia sempre na frente! Faça por você mesmo valer o seu sacrifício.

Se alguém vai fazer a diferença na sua vida, esse alguém é você mesmo, não dê essa oportunidade para os outros, tome a “rédea” de sua carreira. Sugiro que crie um mapa de oportunidades para que inicialmente possa despertar interesse, e mesmo sabendo que sorte e oportunidade só acontecem para quem está preparado, esse mapa deve conter: em curto e médio prazo, as idéias de onde você está e para onde quer chegar, uma vez isso bem definido, gere ações para atingir suas metas com prazos.

Quando lá atrás eu pedi demissão para colocar em pratica a empregabilidade, as minhas metas eram de em 15 anos alcançar a posição de Gestor de Recursos Humanos, devido a minha habitual persistência, domínio próprio, fé e doutrinação[4], em 10 anos alcancei meus objetivos, em 10 anos eu entendi o que é de fato empregabilidade.

Acredito fielmente que o que traz a empregabilidade hoje para o profissional de Recursos Humanos, nada mais é do que: liderança, comunicação, flexibilidade e capacidade de adaptação a mudanças, entusiasmo para empreender, engajamento nos resultados da equipe e por fim escrever com clareza e de acordo com cada situação alias, essa é a razão pela qual escrevo hoje esse artigo, colocarei novamente a minha empregabilidade em ação. Estou voltando para SP minha terra natal sem nenhuma perspectiva, mas na bagagem levo comigo grandes expectativas e experiências que só a empregabilidade pode me proporcionar.


 

[1] Fonte mailchimp – administrador William França

[2] Viação São Camilo.

[3]  Sou da época que se entregava o CAGED na porta do MTE em Santo André.

[4] Conhecimento técnico especifico na área.

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